sábado, 23 de outubro de 2010

O JESUS DA HISTÓRIA X O JESUS DA TRADIÇÃO

A BAR (Biblical Archaeology Review) deste mês está com uma interessante entrevista com Sean Freyne, professor emérito de teologia, no Trinity College de Dublin. Sua pesquisa se concentra na integração das fontes literárias e arqueológicas para a compreensão do mundo social e religioso da Galiléia no período romano e helenístico. O tema da entrevista é a antiga discussão sobre a historicidade de Jesus. Leia alguns trechos da entrevista. A tradução é do Baú Teológico.

Quando perguntado sobre um possível antagonismo entre o Jesus histórico e o Jesus teológico, Sean Freyne responde:
Nessa busca pelo Jesus histórico [queremos] encontrar a figura que está por trás das narrativas dos Evangelhos como uma figura histórica. Se olharmos para os Evangelhos, tudo do que temos, no caso dos Sinópticos [Mateus, Marcos e Lucas], é um ano de seu ministério público. Se incluirmos João, o tempo aumenta para três anos. É uma visão panorâmica dessa figura que andava pelas estradas da Galiléia. Não temos nenhum registro independentemente do início da vida de Jesus. Nós temos as histórias da infância, que naturalmente são altamente teológicas e literárias, feitas mais tarde. Então, nós realmente não podemos construir qualquer coisa histórica sobre essas narrativas.
Numa outra pergunta, o editor, Hershel Shanks, lhe pergunta se Jesus era uma espécie de mágico:
Depende de como você usa a palavra “mago”. É um termo pejorativo? Algumas pessoas disseram que Jesus era um xamã, outros dizem que ele era um Hasid [um judeu muito religioso]. Nós temos toda uma gama de imagens de Jesus por aí. "Mago" é utilizado como uma forma de desacreditar alguém na antiguidade. De acordo com Celso [o do segundo século d.C., filósofo grego], Jesus foi para o Egito e lá aprendeu magia, e voltou para enganar o povo. [...]  eu acho que "mágico" não é o título adequado.
Para ler a entrevista completa (já traduzida pelo Google), clique aqui.

3 comentários:

  1. Olá! Saudações Literárias...
    Passei por aqui e sempre que eu puder voltarei.

    ♥ Abraços de Luz.

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  2. Fé e história não deviam ser misturadas. São de naturezas diferentes e conflitantes. Todavia, tudo há de ter uma explicação. A Academia, como uma criação cristã do Velho Mundo, desde sempre zela pela autobiografia da sua criadora – a nossa cultura cristã. Inicialmente, somente cristãos podiam se candidatar às universidades que se iniciaram em prédios contíguos às igrejas. Uma missa antecedia os exames a impregnar a consciência individual com o compromisso assumido com essa fé. Portanto, o compromisso entre a Academia e a fé cristã é, desde a sua origem, indissociável. Ao menos em parte do Novo Mundo, pois no Velho Mundo encontra-se em franco declínio.

    Texto na íntegra: http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/paguei-pra-ver

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  3. Fé e história não deviam ser misturadas. São de naturezas diferentes e conflitantes. Todavia, tudo há de ter uma explicação. A Academia, como uma criação cristã do Velho Mundo, desde sempre zela pela autobiografia da sua criadora – a nossa cultura cristã. Inicialmente, somente cristãos podiam se candidatar às universidades que se iniciaram em prédios contíguos às igrejas. Uma missa antecedia os exames a impregnar a consciência individual com o compromisso assumido com essa fé. Portanto, o compromisso entre a Academia e a fé cristã é, desde a sua origem, indissociável. Ao menos em parte do Novo Mundo, pois no Velho Mundo encontra-se em franco declínio.

    Texto na íntegra: http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/paguei-pra-ver

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